3 de dezembro de 2010

Dezembro chegou, a minha depressão natalina também (tema para outro post mais próxima à festa cristã, do velho e do novo, blá, blá, blá) e estou cansada.
Cansaço em perfeita harmonia com a vontade de chutar o balde e mandar geral tomar no cu.
Aí ontem, assisti um vídeo esquecido em meu computador. Um vídeo bem tosco, com fotos de uma viagem que fiz para o litoral de Santa Catarina entre dezembro de 2007 e janeiro de 2008. E olha, que saudade!
Os meus cabelos ainda tingidos de loiro, eu e minhas primas, cada dia uma praia diferente. E o Sol, e o mar e os passeios pelo calçadão de Camboriú. Cervejas, caipirinhas, vodka misturada a qualquer coisa. E eu gastando todo meu espanhol com os argentinos, paraguaios e chilenos que encontrávamos pelo caminho. Pés descalços na areia e flores para Iemanjá na virada do ano. Porres homéricos. Porres homéricos aliados a baladas homéricas. Coisas como cantar "Yo te digo todo va a estar bien, no te preocupes mas, oh no..." a plenos pulmões em cima de um banco, sair pra comprar vodka de baby doll, ir comer na pizzaria evangélica que servia pizzas como "Apocalipse" e "Thiago Zebedeu"... Enfim, férias inesquecíveis.
Inesquecíveis talvez porque aqueles eram outros tempos. Talvez porque eu não tivesse tantas preocupações. Talvez porque eu estivesse solteira, depois de tanto tempo (e tanta merda), cantando como um mantra "Sou praieiro, sou guerreiro, tô solteiro, quero mais o quê-ê" e balançando os bracinhos de uma maneira ridícula. Talvez porque ainda não tivesse saído do armário. Talvez porque estava na companhia das minhas primas. Talvez porque uma delas ainda não era mãe aos 16 anos. Talvez porque eu ainda não estava na faculdade. Talvez porque eu ainda não tinha nem 20 anos. Talvez...
(Suspiro)
Não é uma reclamação, é só saudade. Saudade da irresponsabilidade de outrora. O tempo trouxe a faculdade, os trabalhos, problemas em família, maturidade, bons amigos, uma pessoa maravilhosa que está a meu lado, planos para mais férias inesquecíveis... Trouxe coisas boas, trouxe coisas ruins, esse cansaço todo final de ano e a nostalgia daquela época boa.
É, é só saudade.

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