17 de julho de 2010


Sexta à noite, 8°, neblina e chuva. O plano era ficar em casa, comer pipoca, assistir a um filme e dormir, mas, acabei por aceitar o convite dos meus primos de ir a um bar. Eu não deveria beber nada alcóolico uma vez que constantemente tenho sentido dores insuportáveis no estômago, porém, a combinação barzinho e inverno somada a minha falta de vergonha na cara resultaram em um porre daqueles.
E a noite que deveria acabar bem, acabou comigo intercalando períodos de choro e gorfadas no asfalto. E a bela cena sendo assistida justamente por quem eu menos gostaria que me visse nesse estado.
Com algum esforço entrei em casa e consegui chegar a minha cama. Frio horroroso, o estômago dando voltas como quem dissesse "Vai, bebe mais, filha da puta", tentativas frustradas de tirar as botas dos pés... Um longo processo até conseguir adormecer.
Acordei hoje ainda vestindo as roupas da noite anterior, fazendo cosplay de panda, afinal, retirar a maquiagem preta antes de dormir seria muita função e com um elefante dançando em minha cabeça. Em seguida, um puxão de orelha daqueles da minha mãe. "Você não tem responsabilidade alguma com a sua saúde", "Se você continuar agindo assim, não vou mais me preocupar quando você estiver chorando de dor", "Quantos anos você tem mesmo?" e o que dizer se ela está mais do que certa?
Esses meus impulsos nunca deram em nada. Isso de fazer as coisas sem medir as consequências, de caminhar sempre pelo tortuoso, de levar tudo tão intensamente tem me feito sofrer muito. E mais uma vez não foi diferente.
Procurei em minha caixa de remédios algo para amenizar a dor de cabeça. Último comprimido do analgésico, alívio para a minha hipocondria. Lentamente a dor foi passando, mas não a imensa vergonha e tristeza. Passei o dia cabisbaixa, pensando no quanto preciso ter mais cautela, mais parcimônia...
Não é facil.
Não estou bem.

Nota: Lembrar de comprar analgésico.

15 de julho de 2010


Frio, muito frio. Dor de estômago e preguiça. Deito na cama e releio pela enésima vez o poema transcrito em um pequeno pedaço de papel que recebi há alguns dias atrás. Abro um sorriso e mergulho no cobertor. Vontade de tê-la aqui, a meu lado. Nos dias frios a saudade é mais dolorida. Falta o corpo, os beijos, as mãos dadas, sua respiração, o cheiro do seu cabelo... Falta você, inteira, aqui.

8 de julho de 2010

A noite em que dormi


Há mais de um mês eu não conseguia dormir uma noite inteira. Insônia, pesadelos, crises alérgicas... Ontem, após um dia relativamente complicado e uma crise de choro sem motivos aparentes que me fez rolar na cama durante algum tempo, consegui dormir oito horas initerruptas. Sonhei que estava numa casa de madeira, muito bonita, e do andar de cima podia observar as árvores, as flores, os arbustos e outras plantas que por ali foram cultivadas. Parei o olhar sob um canteiro da onde brotava algo azul. Curiosa, desci as escadas e correndo pela grama, de pés descalços, cheguei ao local. Eram cogumelos. Grandes cogumelos azuis. Fiquei um bom tempo ajoelhada, admirando-os e pensando em quantas coisas bonitas deixei de ver por não ter prestado atenção, por estar de mau humor, por estar mais preocupada em reclamar de algo... Senti uma mão em meu ombro e ouvi alguém dizer "Eu cresci". Era alguém que eu gostava muito e por imaturidade me fez sofrer. Levantei e recebi um forte abraço e um pedido de desculpa. Saímos caminhando, conversando e rindo pelo jardim, tal e qual antigamente.
Acordei em paz.
Talvez tudo o que eu precisasse ontem era por alguns minutos parar de pensar tanto em coisas sem sentido e observar quantas coisas maravilhosas tenho por perto. E um abraço. Ainda que em sonho.

1 de julho de 2010

Stella matutina

"Você deixou a porta aberta pra correr na rua
Quis sentir a brisa noturna
Você não tinha medo, já sabia do segredo
Podia até cantar
Você estava leve, com a aura branca como a neve
Podia até flutuar
E quando se fez mostrar, a estrela da manhã
Você quis me mostrar, e eu quis te abraçar
Encantado com o sorriso, envolto na luz
Da stella matutina, da stella matutina, da stella matutina..."
(Noradrenalina)

Um trecho de uma das inúmeras músicas que eu acredito terem sido escritas por/para mim.