2 de agosto de 2010

Respostas

Engraçado como a vida, ainda que vagarosamente, nos dá respostas.
Eu lembro de um final de tarde ensolarado, um dia após o término de um namoro. Sentada na mesa de um bar, bebia em silêncio um copo de cerveja enquanto meus amigos tentavam de todas as maneiras me alegrar um pouco. Em meio a tanta condolência tentei dizer algo, mas lágrimas caíram e eu silenciei novamente.
Em seguida, uma amiga segurou a minha mão, olhou em meus olhos e disse:
-É tudo uma questão de caráter. O que aconteceu contigo é a prova do que estou te falando.
Ela conhecia a pessoa com quem eu namorei e provavelmente sabia de algo que eu desconhecia, mas só disse aquilo, creio que para me preservar de mais sofrimento.
Naquele momento que não compreendi muito bem aquelas palavras. E tentar entender seria lembrar sempre daquela pessoa que eu precisava esquecer. Sofri muito com o fim desse relacionamento, foi com grande custo que consegui me reerguer, mas o tempo passou e eu consegui reavivar aquela filosofia de que tudo na vida é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo.
Há alguns dias presenciei uma cena e compreendi o que minha amiga havia me dito naquela tarde. A vida ali me sorria um sorriso largo.
Era tudo uma questão de caráter, ou melhor, da ausência dele. Distante, muito distante do sentimento da perda daquele alguém, eu pude discernir o quanto aquilo teria me feito mal se levado à diante. E eu me senti tão feliz por ter a consciência tranquila, por ter tido o respeito e o caráter ausentes naquela pessoa. Eu me senti feliz por ter feito e continuar fazendo a coisa certa. É isso que nos deixa em paz.

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